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STF inicia nesta terça=feira julgamento que pode transformar Bolsonaro em réu por tentativa de golpe de Estado

Por Thiago de Castro - Correio do Tocantins
24/03/2025 09h48 - Atualizado há 2 dias
3 Min

O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta terça-feira (25), sob um forte esquema de segurança, o julgamento que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete ex-integrantes do governo federal réus por crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A denúncia foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), com base em investigações da Polícia Federal.

A análise do caso está a cargo da Primeira Turma da Corte, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Luiz Fux, Cristiano Zanin e Flávio Dino. Estão previstas três sessões – duas nesta terça-feira e uma na quarta-feira (26) – para discutir a admissibilidade da denúncia, o que poderá levar à abertura de ação penal contra os acusados.

De acordo com a PGR, os oito investigados integram o que chamou de “núcleo crucial” de uma organização criminosa que buscou invalidar o resultado das eleições presidenciais de 2022 e manter Bolsonaro no poder, em desrespeito à ordem democrática. Os nomes citados são:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha do Brasil;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF;
  • General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.

A denúncia imputa aos investigados os crimes de associação criminosa, tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Segurança reforçada

Diante da sensibilidade do caso e do histórico recente de tensões institucionais, o STF opera com segurança reforçada em sua sede. A Secretaria de Polícia Judicial, com apoio da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal e de outros órgãos, adotou medidas preventivas, como controle rígido de acesso, reforço no policiamento, monitoramento contínuo e ações contra ataques cibernéticos — estes, segundo a assessoria do tribunal, aumentaram nos últimos dias.

Questionamentos recusados

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou o afastamento de três ministros da turma — Alexandre de Moraes (apontado como alvo da suposta trama golpista), Cristiano Zanin e Flávio Dino (ambos indicados ao Supremo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva). A solicitação, no entanto, foi rejeitada pela própria Corte, que manteve a composição original da Primeira Turma para o julgamento.

Caso a denúncia seja acolhida pela maioria dos ministros, os acusados se tornarão formalmente réus e passarão a responder a processo penal perante o STF, com direito à ampla defesa e ao contraditório. Trata-se de mais um capítulo do inquérito que investiga a articulação de setores civis e militares para subverter o resultado das urnas e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.


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