O Sisepe-TO (Sindicato dos Servidores Públicos no Estado do Tocantins) voltou a pressionar o governo estadual para que se manifeste, com urgência, sobre o índice da data-base dos servidores. Em vídeo divulgado nesta quarta-feira, 9 de abril, o presidente do sindicato, Elizeu Oliveira, cobrou publicamente uma definição por parte do Executivo, que está em silêncio desde o fim de fevereiro, quando recebeu uma proposta conjunta de 20 sindicatos sugerindo reajuste de 7,5% — o mesmo percentual aplicado ao salário mínimo pelo governo federal.
“O mês de maio se aproxima e nada de o governo do estado divulgar qual será o índice de reposição salarial dos servidores do estado. Esse silêncio não é bom para ninguém”, afirmou Elizeu, no vídeo. A fala do sindicalista carrega o peso da frustração de milhares de servidores que, mais uma vez, veem a indefinição tomar o lugar do diálogo.
Elizeu destacou ainda que o governo estadual vem ampliando sua arrecadação própria de maneira significativa, especialmente com o crescimento da receita proveniente do ICMS.
“A arrecadação própria do Estado não para de prosperar. Só no primeiro bimestre deste ano, os valores obtidos com o ICMS subiram R$ 55 milhões”, ressaltou o presidente, argumentando que há espaço orçamentário para atender à pauta dos servidores.
A principal preocupação do sindicato, no entanto, vai além da demora. Elizeu adverte que, caso o governo não aplique o reajuste já na próxima folha de pagamento, estará criando um novo passivo trabalhista — uma dívida que pode se arrastar no tempo, prejudicando ainda mais o funcionalismo.
“Passivos são muito ruins. Precisando, muitos colegas ficam quase que obrigados a fazer a antecipação com o único banco conveniado com o Estado, abrindo mão de ganhos importantes e pagando juros absurdos”, lamentou.
No pano de fundo da cobrança está um cenário recorrente: o funcionalismo como última linha da fila, enquanto a arrecadação sobe e o governo adia compromissos. Com maio batendo à porta, a expectativa dos servidores é por uma resposta concreta — e por respeito. O tempo da espera, como bem sabem aqueles que sustentam a máquina pública, custa caro.