O Governo do Tocantins anunciou a redução das despesas com pessoal para 45,69% da Receita Corrente Líquida (RCL), índice que devolve ao Estado uma posição mais confortável dentro dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). A medida, publicada no Diário Oficial desta terça-feira (30), não é apenas contábil: ela tem forte peso político e reforça a narrativa de disciplina fiscal da gestão Laurez Moreira.
O recuo nos gastos com pessoal ocorre depois de um início de ano em que o índice havia subido para 46,64%, forçando o governo a suspender progressões e limitar contratações. Agora, com o percentual mais baixo, Laurez mostra fôlego para recuperar a confiança da classe política, do funcionalismo e do mercado.
“Cada economia conquistada é mais investimento para a população. O compromisso é com eficiência, transparência e responsabilidade”, afirmou o governador, já desenhando o tom que deve marcar sua agenda nos próximos meses.
Ao reduzir as despesas, o governo mantém capacidade de pagar salários, honrar compromissos previdenciários e garantir investimentos em saúde, educação e infraestrutura. Para o secretário do Planejamento, Ronaldo Dimas, essa previsibilidade é decisiva para fechar 2025 sem sobressaltos.
Mas, além da estabilidade fiscal, o resultado oferece a Laurez uma bandeira política: a de que governa sem comprometer o futuro do Estado. Em um cenário em que muitos gestores caem no desgaste de folha inchada, o governador tenta mostrar que é capaz de combinar responsabilidade fiscal com entregas sociais.
O histórico recente explica o peso da conquista. Em 2024, o Tocantins encerrou o ano com 46,39% de gastos com pessoal acima do limite de alerta, mas abaixo do prudencial. O aumento no início de 2025 sinalizou risco de descontrole, mas as medidas de contenção inverteram a curva.
Politicamente, Laurez ganha argumento para se projetar como gestor equilibrado e preparado para desafios maiores. Com o horizonte de 2026 no radar, esse tipo de resultado se transforma em capital político, especialmente diante de adversários que apostam em desgastes administrativos como arma eleitoral.