23/02/2022 às 17h06min - Atualizada em 23/02/2022 às 23h02min
Com escola inundada, indígenas ficam sem estudar em aldeia no Tocantins
Aldeia Catàmjê fica entre os rios Formoso e Javaés, em Lagoa da Confusão, e está com 70% da área inundada, segundo o cacique Wagner Krahô-kanela. Não ha previsão de quando escola voltará a funcionar.
G1 Tocantins
https://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2022/02/23/com-escola-alagada-indigenas-ficam-sem-estudar-em-aldeia-do-tocantins.ghtml
Aldeia Catàmjê fica entre os rios Formoso e Javaés, em Lagoa da Confusão, e está com 70% da área inundada, segundo o cacique Wagner Krahô-kanela. Não ha previsão de quando escola voltará a funcionar. Indígenas ficam sem estudar em aldeia do Tocantins
Indígenas que vivem na aldeia Catàmjê, em Lagoa da Confusão, estão sem estudar por conta da situação da escola que atende toda a comunidade. É que o local está alagado por conta de fortes chuvas. O cacique Wagner Krahô-kanela havia alertado sobre a situação antes do início do ano letivo, mas o problema não foi resolvido pelo governo e os esdudantes estão sendo prejudicados.
O problema de inundação atinge toda a aldeia, inclusive a Escola Estadual Indígena Mēntuwajêque, que atende crianças, jovens e adultos. Imagens feitas no local mostram que as cadeiras usadas pelos estudantes estão dentro da água.
"A aldeia está 70% alagada devido o rio Formoso ter subido muito o nível, de dois a três metros. A situação afetou a aldeia, onde também alagou a escola. Isso está dificultando o início das aulas. A gente está muito preocupado porque a situação é difícil", disse o cacique Wagner Krahô-kanela.
O ano letivo de 2022 na rede estadual começou no dia 14 de fevereiro, no formato presencial. Os indígenas da aldeia Catàmjê já perderam mais de uma semana de aula e não sabem quando voltam a estudar.
O cacique Wagner Krahô-kanela disse que a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) chegou a levar uma tenda, mas a estrutura não foi instalada. "Algumas peças ficaram faltando", informou Wagner. Ele informou que terá uma reunião com a pasta nesta quarta-feira (23) para pedir uma solução.
"A gente espera sair de lá com uma posição positiva. Que uma escola futuramente seja construída e que essas aulas possam começar o mais rápido possível", informou o cacique.
O governo do estado informou ao g1 que uma empresa foi contratada para providenciar uma estrutura provisória, mas algumas manutenções precisam ser realizadas. "A Seduc ainda avalia a situação da escola na aldeia para que as atividades sejam retomadas no local assim que seja possível", disse a pasta sem informar nenhuma data.
O indígena informou que a comunidade está enfrentando vários transtornos por conta das áreas inundadas e que as famílias que vivem no local precisam de ajuda.
"O alagamento acabou com a roça que nós plantamos. Tem uma pequena criação de gado que está sem pastagem, dentro da água, e a gente espera que o governo possa nos ajuda. A gente precisa de alimento, de combustível, de água potável. A água que temos não dá para consumir", disse o cacique.
Casas estão alagadas em aldeia no interior do Tocantins Fonte: https://g1.globo.com/to/tocantins/noticia/2022/02/23/com-escola-alagada-indigenas-ficam-sem-estudar-em-aldeia-do-tocantins.ghtml