A Justiça determinou a venda de três carros de luxo apreendidos pela Polícia Federal durante as operações que levaram ao afastamento de Mauro Carlesse (Agir) do governo do Tocantins, em 2021. Entre os veículos estão um Jaguar Type e um Camaro 2SS, que pertencem ao ex-governador.
O outro carro é um Porsche Boxster de um empresário que também é investigado no processo.
A decisão de vender os veículos é da 3ª Vara Criminal de Palmas, onde o processo tramita atualmente. Em outubro deste ano ex-governador e outras 14 pessoas viraram réus de uma ação penal. Carlesse responde por multiplas acusações de corrupção e lavagem de dinheiro.
O pedido para que os veículos fossem vendidos foi feito pelo Ministério Público Estadual. O objetivo é evitar que percam o valor de mercado enquanto estão no pátio da Polícia Federal e ao fim do processo não sirvam para garantir um eventual ressarcimento aos cofres públicos.
Com a venda dos veículos o dinheiro ficará depositado em conta judicial.
"No caso vertente, é evidente que os carros deteriorar-se-ão por força da ação do tempo no curso do processo, que certamente será longo, havendo real possibilidade que ao final da lide tenham perdido muito de seu valor. Neste caso, haverá prejuízo tanto para o erário, na hipótese de confisco, quanto para os requeridos, se forem absolvidos, pois receberão os carros muito depauperados", argumentou o juiz Rafael Gonçalves de Palmas.
Tanto os advogados de Mauro Carlese com do empresário tentaram impedir a venda dos bens, mas os pedidos não foram aceitos. Em nota, a defesa do ex-governador afirmou que vai apresentar um recurso contra essa decisão nos próximos dias.
Mauro Carlesse foi afastado do cargo em outubro de 2021 por um prazo de 180 dias, após a Polícia Federal realizar as operações Hygea e Éris. As investigações apuram fraudes e desvios do plano de servidores públicos do Tocantins, além de um suposto aparelhamento na Secretaria de Segurança Pública para direcionar investigações da Polícia Civil.
Até março deste ano as investigações estavam a cargo do Superior Tribunal de Justiça do Tocantins (STJ), mas após Carlesse renunciar e deixar o cargo definitivamente os inquéritos foram enviados para a Justiça Comum.
Em outubro deste ano o ex-governador e outras 14 pessoas se tornaram réus de uma ação penal por corrupção e lavagem de dinheiro no escândalo. Carlesse foi denunciado por constituir e integrar organização criminosa, corrupção passiva em 14 ocasiões e lavagem de dinheiro por 21 vezes.