01/05/2023 às 07h10min - Atualizada em 01/05/2023 às 13h16min

Operação Canguçu: caçada a criminosos que atacaram Confresa (MT) completa três semanas com dois presos e 11 mortos

Força-tarefa para caçar os criminosos tem cerca de 350 policiais de cinco estados. Buscas no território tocantinense começaram no dia 10 de abril e não têm um prazo para acabar.

- Correio do Tocantins
Nesta segunda-feira (1º) a operação Canguçu chega à sua terceira semana de buscas pelos criminosos que aterrorizaram a cidade de Confresa (MT) e fugiram para o Tocantins. Durante este período, dois suspeitos foram presos e outros 11 morreram em confronto com policiais. Armas de guerra e milhares de munições foram apreendidas.

A força-tarefa para caçar os criminosos conta com cerca de 350 policiais de cinco estados, três helicópteros, embarcações, drones e cães farejadores. As buscas no território tocantinense começaram no dia 10 de abril e não têm um prazo para acabar. As últimas duas mortes foram registradas nesta segunda-feira (1°).


Os governadores de Tocantins, Goiás e Mato Grosso visitaram a base da operação na semana passada e afirmaram que o objetivo é encontrar até o último criminoso.

"Enquanto tiver um deles na mata, nós estamos atrás deles. O que aconteceu lá em Confresa (MT) foi um absurdo, então não vamos deixar que esse sentimento prevaleça nos nossos estados. Nosso objetivo aqui é caçar até encontrar o último desses bandidos para que possa capturá-los. O nosso objetivo é prender", disse o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos).


Veja abaixo a ordem cronológica da fuga, dos confrontos e do cerco policial que segue em uma área extensa, nos municípios de Pium, Araguacema, Marianópolis e Caseara.

Domingo (9) - O ataque em Confresa

Um grupo de criminosos armados com fuzis invadiu o quartel da Polícia Militar em Confresa, rendeu policiais dentro da base militar e ateou fogo no prédio.

Durante a invasão, eles explodiram um carro. Telhados de residência, além de uma igreja, ficaram destruídos por causa dos explosivos.

Os criminosos seguiram para a sede da Brinks, empresa de transporte de valores. Lá, eles também explodiram as paredes do prédio. Segundo a empresa, nada foi levado.

O bando espalhou alguns explosivos pela cidade, mas foram desativados. Alguns veículos usados durante a invasão também foram encontrados abandonados em áreas indígenas.

Durante a ação, uma pessoa foi baleada, mas está fora de perigo.

Policiais de MT começaram as buscas pelos criminosos e o governador, Mauro Mendes (União), pediu apoio da PM de outros estados para ajudar na operação de busca pela quadrilha.

Segunda-feira (10) - Fuga para o Tocantins, confronto, família refém e suspeito morto

O grupo entrou no Tocantins pelo rio. Segundo a polícia, havia embarcações já preparadas para a fuga. Eles percorreram o rio Araguaia e o rio Javaés, até chegarem ao município de Pium, região da Ilha do Bananal.

O grupo desembarcou perto do Centro de Pesquisa Canguçu, da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e afundou embarcações para não deixar rastros.

Na tarde de segunda, policiais da Patrulha Rural, que faziam ronda pelo município de Pium, se depararam com o grupo criminoso e trocaram tiros. Esse foi o primeiro confronto. Os suspeitos estavam fortemente armados e se dividiram em dois grupos. Os policiais tiveram que recuar após a munição acabar.

Um dos grupos foi até a fazenda Agrojan e fez uma família refém. Além disso, roubou veículos da propriedade rural. Ao perceberem a chegada da polícia, eles liberaram a família e fugiram.

Reforços do Tocantins foram enviados para ajudar nas buscas. A polícia fez um cerco e houve mais um confronto.
Turistas estrangeiros e funcionários que estavam na região do Projeto Canguçu precisaram ser retirados com apoio da polícia naquela tarde, por causa dos confrontos.

Durante a noite, as equipes policiais tiveram o terceiro confronto com os criminosos, por volta das 19h. Um dos suspeitos foi atingido e morreu no local.

Terça-feira (11) - Suspeito preso, apreensão de armamento e milhares de munições

Policiais do Mato Grosso, Goiás e Pará foram enviados para a região com o objetivo de reforçarem as buscas. Uma base foi montada pela força-tarefa na sede da fazenda Agrojan. O trabalho tem o apoio de aeronaves e embarcações.

Durante as buscas, os policiais conseguiram prender Paulo Sérgio Alberto de Lima, de 48 anos.

A polícia apreendeu metralhadoras capazes de abater um helicóptero; um fuzil 762; milhares de munições; capacetes e coletes balísticos, além de um motor de popa e gasolina.

Quarta-feira (12) - Novos confrontos e segundo suspeito morto

No terceiro dia de perseguição aos criminosos, a PM do Tocantins recebeu reforços de Minas Gerais. Com isso, quatro estados estão envolvidos nas buscas.

Um segundo integrante do grupo criminoso morreu após confronto com a polícia, na zona rural de Marianópolis do Tocantins próximo do povoado Cocalim. Essa região está dentro do perímetro estabelecido pela polícia. O suspeito foi identificado como Raul Yuri de Jesus Rodrigues, de 28 anos.

Equipes seguem no local na tentativa de prender os outros suspeitos.

Quinta-feira (13) - reforço de aeronaves

O quarto dia de buscas continuou na zona rural de Pium. A força-tarefa foi reforçada com mais duas aeronaves e 14 militares especialistas do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar de Minas Gerais.

Vídeos publicados nas redes sociais mostraram policiais sobrevoando a Ilha do Bananal em helicóptero e percorrendo rios em canoas, durante caçada.

Pelas imagens, é possível ver que a ilha é extensa, cercada por vegetação nativa e uma mata fechada, o que dificulta ainda mais o trabalho da equipe.

Sexta-feira (14) - equipe ganha café da manhã de moradora

O comandante da PM, Márcío Barbosa, foi até a região onde o cerco foi montado. Ele informou que os policiais só deixarão a ilha quando todos os criminosos forem capturados.

A operação conta com o apoio de moradores locais. Na manhã, uma equipe que está no assentamento Café da Roça, município de Pium, ganhou café, bolo e pães de queijo de dona Marlene. A moradora saiu de casa e levou o alimento, em uma bicicleta, até o ponto de bloqueio, onde os policiais estão concentrados.

Sábado (15) - Novo confronto

Policiais trocaram tiros com criminosos na divisa do Tocantins com o estado do Pará. Não há confirmação de possíveis mortes ou prisões.

Após a troca de tiros, o bando teria fugido da região, que fica perto de uma perto de uma grande fazenda.

Um vídeo publicado nas redes sociais mostrou que cães têm ajudado policiais na força-tarefa.

Domingo (16) - Governador visita base da operação

O governador do Tocantins visitou o Posto de Comando da Operação Canguçu. Wanderlei Barbosa destacou a importância da integração das polícias estaduais, agradecendo os governadores do MT, PA, GO e MG que enviaram suas tropas para reforçar a operação. A visita aconteceu na região de Pium e Marianópolis, na base da Operação.

Segunda-feira (17) - Uma semana do cerco

Na última segunda-feira, a operação completou uma semana. Até aquele momento, dois suspeitos tinham sido mortos e um preso, após confrontos com policiais.

O prefeito de Marianópolis, Isaias Piagem (DEM), publicou um decreto suspendendo as aulas, o atendimento médico e transporte de moradores da zona rural. A medida foi adotada para garantir a segurança dos moradores, durante a operação.

Granadas, armas e municções foram apreendidos nas áreas de confronto da caçada. Entre o material estavam fuzis calibre 50 com alto poder de destruição, munições e materiais explosivos.

Terça-feira (18) - Munições usadas em guerra

Uma reportagem revelou que as munições apreendidas na operação são comuns em guerras e de uso restrito das Forças Armadas. A informação foi repassada ao g1 pelo delegado Evaldo Gomes, chefe da Delegacia Especializada em Investigações Criminais de Palmas.

Quarta-feira (19) - Quatro morrem após confronto

Quatro suspeitos morreram em confronto com policiais, na sede da fazenda Vale Verde, zona rural de Pium. No loca, policiais apreenderam quatro fuzis que eram usados pelo grupo.

Um vídeo divulgado pelos policiais mostra intenso tiroteio e policiais deitados perto de uma área de mata para se proteger.

Quinta-feira (20) - Ambulância é escoltada

A força-tarefa da Operação Canguçu conta com serviços de atendimento de saúde para a equipe envolvida no caso. Os policiais têm um avião à disposição para socorrer no caso de algum ferimento ou atendimento grave. Além disso, um posto médico foi instalado na base de operações, para dar socorro emergencial, com médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem.

Em Pium, uma equipe de saúde precisou ser escoltada para socorrer um paciente em estado grave por suspeita de chikungunya.

Sexta-feira (21) - Viatura capota e deixa feridos

Uma viatura da Polícia Militar do Tocantins, que fazia buscas pelos criminosos, capotou na zona rural de Pium. Quatro policiais ficaram feridos. Um deles ficou em estado grave e precisou ser encaminhado de helicóptero para Palmas. Ele foi encaminhado para a UTI do Hospital Geral de Palmas. A suspeita é de contusão pulmonar com acúmulo de líquido dentro do pulmão.

Sábado (22) - Sétimo suspeito morre após confronto

Um novo confronto entre policiais e grupo criminoso foi registrado no fim da tarde de sábado, na zona rural de Pium. De acordo com a Polícia Militar, um suspeito foi morto. Esse foi o sétimo do grupo que morreu após troca de tiros com policiais.

Domingo (23) - Policial sai da UTI
O corpo do sétimo suspeito morto foi levado para exames de identificação no Instituto Médico Legal (IML) de Palmas.

O policial que ficou ferido, após uma viatura capotar durante as buscas, recebe alta da UTI. Ele está em observação na enfermaria.

Quinta-feira (27) – Oitavo suspeito morre em confronto

Novo confronto entre policiais e suspeitos foi registrado em fazenda próximo da TO-080, em Marianópolis. Suspeito foi socorrido, mas chegou ao hospital sem vida.

Sexta-feira (28) – governadores visitam base

Os governadores de Mato Grosso, Goiás e Tocantins se encontraram durante visita a base da Operação Canguçu, na região oeste do estado.

Sábado (29) – nono suspeito morre em confronto com a polícia

Nono suspeito foi baleado em uma troca de tiros entre os municípios de Marianópolis e Caseara, na fazenda Carreiro. Com ele a polícia encontrou um fuzil.

 
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