21/01/2024 às 13h09min - Atualizada em 21/01/2024 às 13h09min

Estelionatários fizeram mais de 12 mil vítimas no Tocantins em 2023

Estudo da Polícia Civil mostra os principais golpes aplicados no estado. Delegado explica cada um dos crimes e alerta a população para evitar prejuízos

Jéssica Sá - Jornal do Tocantins
Somente nos primeiros 18 dias de 2024 foram 337 vítimas no Tocantins

O crime de estelionato fez 12.469 vítimas no Tocantins no ano passado, que representa um aumento de 3.27% em relação a 2022, quando 12.074 vítimas caíram em algum golpe. Os dadossão da Secretaria da Segurança Pública (SSP) colhidos pelo Jornal do Tocantins (JTO) no site dainstituição.

Somente nos primeiros dezoito dias deste ano, a estatística apontou 337 vítimas. O crime de estelionato é o terceiro com mais registros no Tocantins. Durante todo o ano passado, o crime por estelionato ocupou o segundo nas naturezas criminais mais registradas no estado.

No estudo realizado pela Polícia Civil (PC), por meio da Delegacia Especializada de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores (DERFRVA), apontou os principais golpes aplicados no estado que envolvem compra e venda de veículos.

São eles: Golpe do Bem Bolado; Golpe do veículo de locadora; Golpe do veículo financiado; Golpe do carro clonado e o Golpe da Moto de Leilão.

O delegado Rossilio Souza Correia, por meio da assessoria, explicou como é aplicado cada um dos golpes.

Bem Bolado

 

“O golpe funciona assim: um criminoso, normalmente um presidiário, pega um anúncio na internet sobre a venda de um veículo, reposta esse anúncio e, após colocar seu contato de WhatsApp, com um perfil falso, passa a anunciá-lo novamente, por um preço abaixo da tabela FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas)”, explicou.


Veículo de locadora

O criminoso loca o carro em uma locadora em outro Estado e, usando documentos falsos, transfere o veículo para o nome de um laranja. Em seguida, o golpista revende o carro a terceiros de boa-fé.

 

“Ocorre que, 60 dias depois, o comprador descobre que o carro é de locadora e perde todo seu dinheiro e o veículo. Esse prazo de 60 dias é o intervalo em que a locadora não recebe o carro de volta e vai até a polícia registrar um boletim de ocorrência policial”, alertou.


Veículo financiado

O golpista vende um carro financiado, mas diz que está quitado. No momento da compra, oveículo realmente não consta alienação, porém dias depois, o sistema já consta que o carro é todo financiado.

 

“Na verdade, o golpista, com o uso de documentos falsos, financia o carro sem que o comprador saiba, dias antes de revendê-lo”, explicou.


Carro clonado

Muitas pessoas adquirem carros roubados/furtados sem saber. Na verdade, são veículos clonados, os quais tiveram todos os seus sinais identificadores adulterados em um outro veículo, em situação regular, que está transitando em outro Estado.

 

“A vítima descobre a fraude no momento da vistoria de transferência do veículo, junto ao Departamento de Trânsito (Detran). Neste momento, o golpista está de posse do dinheiro da vítima”, destacou.


Moto de Leilão

Várias pessoas estão vendendo motos roubadas ou furtadas e dizendo serem motocicletas oriundas de leilão. Normalmente essas motos estão com uma placa falsa, do tipo artesanal e com o motor e chassi lixados ou cortados.

 

“Quem for pego com esse tipo de veículo responde pelo crime de receptação”, alertou.


Orientações

O delegado Rossilio Souza Correia recomendou ao cidadão, que deseja adquirir um veículo, que opte a fazer junto a uma concessionária ou garagem de veículos, que esteja estabelecida no mercado.

 

“Na dúvida, faça uma pesquisa rápida com outros clientes do local. Se porventura comprar veículo por meio de sites de vendas de produtos diversos, nunca efetue o pagamento sem que primeiro o veículo seja vistoriado pela perícia”, explicou.


Outra recomendação é que no ato da compra, a pessoa tenha a cautela de contratar uma perícia particular no veículo para verificar o histórico do automóvel.
 

“Se é ou não veículo sinistrado, qual a quilometragem, se o chassi e número de motor estão originais, e etc”.


Realizar busca para saber quem eram os antigos proprietários do veículo também pode evitar o prejuízo.
 

“Não faça transferência de dinheiro para terceiros. O dinheiro deve ser repassado para a pessoa que está com ele presencialmente. Se não for assim, pode saber que é golpe”, finalizou


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