Os profissionais da rede municipal de ensino de Miracema encontram-se em estado de mobilização, após assembleia realizada no dia 25 de abril, em função da incapacidade de diálogo da gestão municipal. Na assembleia, foi encaminhado que, por falta do diálogo e falta de empenho da prefeita Camila Fernandes em resolver as demandas da educação, será realizada uma paralisação e ato público na próxima sexta-feira dia 03 de maio, às 8 horas da manhã.
A categoria denuncia que ao longo de quase quatro anos, a gestão não dialoga com os profissionais da educação e seus representantes, não paga as progressões dos profissionais de educação desde o ano de 2020, e também não reconhece a carreira dos trabalhadores em educação.
Os profissionais da educação denunciam a precarização da educação da rede municipal de ensino em Miracema.
“A qualidade da educação do município está cada vez mais distante do que deveria ser; e estamos cada dia mais tendo nossos direitos sendo negados pela atual gestão, portanto, faz-se necessário sairmos do comodismo e do conforto de nossas casas para ir à luta, pois sem luta não há vitória, mostremos nossos rostos, mais principalmente mostremos nossas vozes”, diz uma trabalhadora da rede de ensino.
Os profissionais relatam que não há condições de trabalho adequadas, falta material pedagógico, as escolas não têm o suporte devido pela secretaria de educação, não há política pública de educação na rede municipal e que o transporte escolar e a merenda escolar não estão atendendo às necessidades mínimas dos alunos e os salários não estão de acordo com o que determina o PCCR - Lei 274/2011.
Em uma carta assinada pela categoria, uma professora convida para uma reflexão continua.
“Precisamos agir e pensar que estamos a um passo de ver literalmente nossos direitos (PCCR) rasgados”.
De acordo com a carta, a realidade cotidiana da educação é de “muito trabalho e zero valorização, o que temos visto ao longo desses quase quatro anos, é muito ignorância, arrogância, poder de caneta que nos fere como uma faca afiada. Confesso que ainda não tinha visto maior descaso com o ser humano como nesta gestão. ”
A categoria denuncia que em dois anos e meio passaram pela cadeira de gestor educacional quatro pessoas, o fato evidencia que pode haver insatisfação por falta de autonomia para gerenciar a pasta.
“Não existe um planejamento financeiro e muito menos pedagógico para condução dos trabalhos nas unidades de ensino, falta merenda escolar, material escolar, transporte escolar dentre outros problemas”, relata a carta.