23/08/2024 às 09h54min - Atualizada em 23/08/2024 às 19h20min

PF apreende armas em endereço de desembargador João Rigo Guimarães durante operação que apura venda de sentenças no Tocantins

Armas foram encontradas em endereço ligado ao desembargador João Rigo Guimarães, presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins. Investigação foi autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Tocantins - Correio do Tocantins

A Polícia Federal apreendeu armamento durante o cumprimento de mandado de buscas em um endereço do desembargador João Rigo Guimarães, em Araguaína, no norte do Tocantins. Ele é um dos alvos da operação Máximus na da Polícia Federal, que apura suposta venda de sentenças na Justiça estadual.

O mandado no endereço do desembargador foi cumprido no início da manhã desta sexta-feira (23). Imagens feitas pela TV Anhanguera mostram o momento em que os agentes deixam o local com documentos e pelo menos duas armas longas.

 

João Rigo é ex-presidente do Tribunal de Justiça do Tocantins e atual presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE). Em nota, o TRE-TO informou que não é alvo da operação. O TJ informou que colabora com as informações. (Veja as notas completas abaixo) Nossa equipe de reportagem ainda não conseguiu contato com a defesa do desembargador.

A investigação foi autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). São dois mandados de prisão preventiva e 60 ordens de busca e apreensão, sendo cumpridos nos estados de Tocantins, Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Distrito Federal. A ação foi chamada de operação Máximus.

Mandados foram cumpridos no Fórum de Palmas e na sede do Tribunal de Justiça do Tocantins, além de dezenas de endereços na capital. Procuradores do Estado e chefes de órgãos públicos do executivo são alvos de buscas, além de advogados.

O governo do Tocantins afirmou que não teve acesso aos autos e não vai se manifestar neste momento. (Veja as notas completas abaixo)

Também foram determinadas medidas cautelares como o afastamento de cargo público, o sequestro e a indisponibilidade de bens, direitos e valores dos envolvidos.

A investigação apura os crimes de corrupção ativa, exploração de prestígio, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O nome da operação faz referência à personagem do filme Gladiador (Máximus), que lutou contra a corrupção na cúpula do poder no Império Romano.



Operação Fames-19
 

Há apenas três dias a Polícia Federal realizou outra operação no Tocantins, apurando suposto desvio de dinheiro público por meio da distribuição de cestas básicas durante a pandemia de Covid-19. Houve apreensão de dinheiro no Palácio Araguaia e na casa do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos), que é um dos alvos. Dois filhos dele e a primeira dama também são investigados.

Todos negaram participação no suposto esquema. 

Veja nota do Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins

O Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO) informa que não é alvo da ação da Polícia Federal deflagrada nesta sexta-feira, dia 23. E que as unidades da Justiça Eleitoral, como a sede em Palmas (TO) e todas as 33 zonas eleitorais no Estado, mantêm o atendimento nesta data.

Veja nota do Tribunal de Justiça na íntegra

O Poder Judiciário do Tocantins (PJTO) atendeu a Operação Máximus da Polícia Federal, nesta sexta-feira (23/8), e repassou todas as informações necessárias.

Ressalta-se que, até o momento, não foi oficiado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre o afastamento de nenhum membro do Judiciário tocantinense.

O PJTO reforça que segue à disposição das autoridades para prestar os esclarecimentos necessários.

Informa-se também que o expediente na Presidência do Tribunal de Justiça, bem como em seu edifício-sede, na Corregedoria-Geral da Justiça, Escola Superior da Magistratura Tocantinense (Esmat), Comarcas do Estado e todas as unidades ligadas ao Poder Judiciário do Tocantins segue normal nesta sexta-feira (23/8).

Veja nota da Secretaria de Estado da Comunicação na íntegra

Ainda não tivemos acesso aos autos e não temos como dizer se a decisão é referente as atividades privadas deles como advogados ou de alguma forma se comunica com as suas funções públicas. Por isso vamos esperar para poder nos posicionar acerca do tema.

 


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