06/11/2024 às 13h07min - Atualizada em 06/11/2024 às 13h37min

Após morte de mãe e filho, MPE pede que Estado regularize escala de especialistas na maternidade Dona Regina

Técnica de enfermagem Karle Cristina Bassorici e do filho Lorenzo, morreram após parto na unidade. Família dela afirma que não havia especialistas para atendê-la na unidade.

O Ministério Público entrou com uma Ação Civil Pública pedindo que o Estado regularize a escala de obstetras e pediatras na sala de parto do Hospital e Maternidade Dona Regina. A medida ocorre dias depois a morte da técnica de enfermagem Karle Cristina Bassorici e do filho Lorenzo, após o parto. A família dela afirma que não havia especialistas para atendê-la na unidade.
 

A morte de Karle aconteceu no dia 30 de outubro. Ela foi ao Dona Regina na noite anterior por volta das 21h30, com queixa de febre e dores lombares, segundo a família. Ela recebeu medicação e foi liberada.

No dia seguinte, a técnica de enfermagem voltou à unidade com dores com sangramento. Foi feito o parto, mas o bebê teria nascido sem vida, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. Ela morreu horas depois e o marido pediu justiça para que a situação não aconteça com outra família. O pedido de regularização da escala foi feito pelo MPE na terça-feira (5). 

Tanto o MPE como o Conselho Regional de Medicina fizeram vistorias no Hospital e Maternidade Dona Regina. Foram apontados problemas estruturais e grande volume de trabalho para poucos profissionais nas escalas.


“Dias após a vistoria, o problema persiste. As denúncias sobre a falta de profissionais na unidade continuam, comprometendo o atendimento dos pacientes e colocando em risco a vida de gestantes e recém-nascidos. Dada a gravidade da situação, não restou alternativa senão a judicialização imediata da demanda,” explicou o promotor Thiago Ribeiro.


O promotor pediu que o Estado regularize, em até 10 dias, a escala de obstetras e pediatras na sala de parto do Dona Regina. Foi solicitado o envio mensal da escala de trabalho para comprovar a presença regular de profissionais e a disponibilização dos materiais necessários para os procedimentos hospitalares.

Por fim, também foi solicitada a intimação pessoal do secretário de Saúde para que tome as providências exigidas, sob pena de aplicação de multa diária de R$ 50.000,00.

 


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