O Governo do Tocantins concluiu a proposta de reformulação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) dos profissionais da Educação, após um processo de escuta direta com mais de 3,3 mil professores em todas as regiões do estado. O texto segue agora para análise de outras pastas do Executivo antes de ser enviado à Assembleia Legislativa.
Segundo a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), a revisão do PCCR representa um marco de reparação histórica para a categoria, cujo último plano havia sido instituído em 2014. As mudanças foram debatidas com o Sindicato dos Trabalhadores da Educação (Sintet) e elaboradas por uma comissão que envolveu, além da Seduc, as secretarias da Administração, Fazenda, Planejamento, o Igeprev e a própria Assembleia Legislativa.
A proposta prevê uma remuneração inicial de R$ 5.885,28 para professores da Educação Básica, podendo alcançar até R$ 14.992,86 para docentes doutores ao final da carreira. A amplitude remuneratória, que hoje é de 43% para licenciados, saltará para 97%, tornando-se a maior da região Norte e a quinta do país. Para especialistas, a projeção é de 114%; mestres, 134%; e doutores, 150%.
“O PCCR foi construído ouvindo quem realmente entende da sala de aula: o professor. Não vamos encaminhar à Aleto um projeto que não tenha a aceitação da maioria”, afirmou o governador Wanderlei Barbosa. O titular da Seduc, Fábio Vaz, reforçou que este é o “início de uma reparação há muito aguardada” e destacou que o novo plano “valida e valoriza a trajetória dos educadores tocantinenses”.
O impacto financeiro previsto para a implementação do novo PCCR é de R$ 150,5 milhões ao ano, sendo R$ 87,1 milhões destinados aos professores efetivos ativos e R$ 63,3 milhões para os inativos.
Além dos aumentos progressivos, o novo plano apresenta uma tabela unificada, com 11 referências horizontais, que organizará os vencimentos conforme a titulação e permitirá ao professor identificar com clareza sua posição na carreira. Todos os efetivos da rede estadual, incluindo os mais de 3,7 mil concursados recentes, serão beneficiados.
A vice-presidente do Sintet, Rose Franco, definiu o momento como histórico. “A categoria vai ganhar com o novo PCCR, e o governo terá condições de cumprir com o que está sendo proposto. Seguimos atentos, porque a valorização é um processo contínuo.”
Se aprovado, o novo PCCR não será apenas um ajuste burocrático, mas um símbolo: o reconhecimento da importância do professor como guardião do futuro. Uma promessa de que, neste tempo de tantas urgências, ensinar ainda importa — e há quem escute.