A esposa do homem que teve o corpo incendiado enquanto dormia em um banco de praça em Colinas do Tocantins, região centro-norte do estado, contou como encontrou o marido após o crime. Hélio Pereira de Souza, de 52 anos, foi atacado na manhã de terça-feira (25) e sofreu queimaduras de até 3º grau.
O suspeito de ter ateado fogo é um adolescente de 12 anos, que foi apreendido no mesmo dia. A vítima precisou ser internada no Hospital Regional de Araguaína, onde passou por cirurgia para tratar ferimentos.
"Quando o hospital me ligou eu fui urgente para lá, porque eu não estava sabendo de nada. Quando eu cheguei lá encontrei ele todo queimado, deformado. Só Deus sabe a minha situação", lamentou Maria Lucilene Dourado de Souza, que é dona de casa.
A esposa ainda explicou que o marido tem problemas de saúde, que podem ter o levado a se deitar no banco da praça onde sofreu o ataque.
"Ele é epilético, toma remédio controlado e aí ele era encostado [afastado]. Por isso, porque ele desmaiava sempre", explicou.
Maria Lucilene também falou sobre o que sentiu ao ver o marido com os ferimentos.
"Muito triste ver uma pessoa da gente na situação que eu me encontrei com ele".
Relembre o caso
Hélio estava dormindo no banco da praça quando teve o corpo incendiado. Foram identificadas queimaduras de 1º, 2º e 3º graus. Conforme o Corpo de Bombeiros, o crime aconteceu por volta das 7h, no centro da cidade.
Ele chegou a dizer que é epilético, assim como confirmou Maria Lucilene, e não lembrava o que havia acontecido. Também relatou que sentia muito frio e dores pelo corpo.
O caso está sendo investigado pela 42ª Delegacia de Polícia de Colinas e na tarde de terça-feira, um adolescente de 12 anos foi apreendido após ter sido identificado por câmeras de monitoramento.
A ação durou menos de três minutos e o adolescente fugiu após agredir o homem.
O jovem foi entregue aos cuidados da Vara da Infância e da Juventude de Colinas, e deverá ser internado em uma das unidades socioeducativas para menores infratores do estado. Ele é investigado pelo ato infracional análogo ao crime de tentativa de homicídio qualificado.
O Conselho Tutelar informou que o adolescente é acompanhado pelas equipes há mais de um ano e que já foram aplicadas várias medidas aos pais/responsáveis sobre a conduta do jovem. O Colegiado também relatou a situação do menor ao Ministério Público e que todas as medidas cabíveis ao caso e que são de atribuição ao órgão já foram tomadas.