O tabuleiro eleitoral do Tocantins para 2026 se organiza em torno de dois polos de força. De um lado, o G5, formado pelas cinco maiores cidades do estado e tradicionalmente influente nas disputas locais. Do outro, a base governista liderada pelo governador Wanderlei Barbosa, que aposta na pré-candidatura do presidente da Assembleia Legislativa, Amélio Cayres.
Após um longo período de silêncio, o G5 voltou ao noticiário afirmando ter se reunido para reforçar o apoio à senadora Dorinha Seabra. Mas a movimentação foi cercada de incertezas: os prefeitos não apresentaram registros claros do encontro e utilizaram fotos antigas para ilustrar a suposta reunião. O discurso, marcado por ataques à imprensa e alusões a “intrigas políticas”, pouco avançou em propostas concretas, transmitindo mais reação a pressões externas do que sinais claros de coesão.
Enquanto o G5 tenta recuperar protagonismo, Amélio Cayres avança em terreno sólido. Conta hoje com o apoio da maioria dos 24 deputados estaduais, e mantém respaldo de dezenas de prefeitos do interior. Sua articulação é contínua e discreta, explorando a posição estratégica que ocupa na Assembleia para ampliar alianças e consolidar influência nas regiões onde o voto municipal é determinante. Soma-se a isso um trunfo de peso: o apoio direto do governador Wanderlei Barbosa, que goza de alta popularidade no estado e cuja força política amplia o alcance e a credibilidade da pré-candidatura de Amélio.
No Tocantins, a força eleitoral nasce da soma de estrutura, alianças e presença no interior. Nesse aspecto, Amélio parte de uma posição mais confortável, sustentada por uma rede de apoios já formada e ativa, além da chancela de um governador bem avaliado. Para equilibrar o jogo, o G5 precisará transformar discurso em ação concreta, mostrar unidade de fato e apresentar resultados visíveis antes que a corrida eleitoral entre na fase decisiva.