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17/10/2023 às 13h11min - Atualizada em 17/10/2023 às 17h30min

Caso Bruno Calaça: Ex-PM que matou médico em boate no MA irá a júri popular

Vídeo mostra momento em que o ex-soldado Adonias Sadda atira em Bruno, que era recém-graduado em medicina. Amigos do ex-PM também responderão por crimes relacionados ao homicídio, em Imperatriz.

- Correio do Tocantins
Ex-PM Adonias Sadda foi indiciado pela morte de Bruno Calaça (à direita). — Foto: Arquivo pessoal

A Justiça determinou que o ex-policial militar, Adonias Sadda, irá a júri popular pela morte do médico Bruno Calaça, assassinado dentro de uma boate em Imperatriz. Além dele, outros dois amigos que participaram do crime serão julgados no Tribunal do Júri.

O crime aconteceu no dia 26 de julho de 2021 e imagens de câmera de segurança (veja abaixo) flagraram o momento do crime.

Adonias Sadda, que era soldado da PM, está preso e já foi expulso da corporação.

O juiz Marcos Antonio Oliveira, atualmente respondendo pela 2ª Vara Criminal, entendeu que o ex-policial militar matou Bruno por 'causas banais, insignificantes, totalmente desproporcionais' e, diante das provas, decidiu que ele irá júri popular pelo crime de homicídio qualificado, por motivo fútil e mediante emboscada.

Além de Adonias Sadda, também respondia pela morte de Bruno Calaça, o bacharel em Direito, Ricardo Barbalho. Nas imagens que registraram a ação, ele aparece junto com o ex-PM e uma terceira pessoa, o empresário Waldex Cardoso, conversando antes dos três partirem para cima de Bruno.



Ricardo Barbalho, Waldex Cardoso e Adonias Sadda respondem pelo envolvimento na morte do médico Bruno Calaça em Imperatriz

Ambos, Ricardo e Waldex, também irão a júri popular, mas por motivos diferentes. Ricardo também foi acusado de homicídio qualificado, por motivo fútil e mediante emboscada, pois teria instigado e participado de uma abordagem que fez contra Bruno, junto com Adonias.

Nas imagens, o médico aparece sendo revistado por Ricardo, que estaria procurando uma suposta arma (que não foi encontrada), o que levou a uma reação de Bruno, e o posterior disparo de Adonias.

Já Waldex será julgado pelo crime de favorecimento pessoal, por ter ajudado Adonias a sair do local do crime, após o disparo.

Tanto Ricardo, quanto Waldex, respondem pelos crimes em liberdade. A data do júri popular de todos os envolvidos no crime, no entanto, ainda não foi marcada.

Investigações
Em dois depoimentos à polícia, Adonias Sadda afirmou que o tiro disparado contra o médico foi acidental. Entretanto, o laudo do exame do corpo de delito feito no soldado desmentiu a versão apresentada pelo PM.

O exame foi realizado logo após o soldado da PM ter prestado um novo depoimento. O soldado disse ter sido atingido por um chute de Bruno Calaça, antes do disparo.

De acordo com a Polícia Civil, o laudo mostra que não há compatibilidade entre a lesão apresentada pela PM e o relato prestado por ele. Segundo a Delegacia de Homicídios, a versão foi confrontada com trechos do depoimento e cenas da câmera de segurança que registrou o crime.




Outro caso
Cinco anos antes do crime contra Bruno, Adonias Sadda foi absolvido de um caso de abuso de autoridade, após ter sido acusado de dar um soco em uma advogada durante uma abordagem policial.

Segundo a denúncia, Adonias Sadda deu um forte soco na vítima que era passageira de um veículo que estaria fazendo manobras perigosas. À TV Mirante, a vítima que não quis se identificar, afirmou que se apresentou à polícia e que o PM foi truculento e, após questionar a apreensão do veículo, foi agredida.

Mãe recebe diploma
O médico Bruno Calaça Barbosa tinha 24 anos e se formou dez dias antes de ser morto. A mãe da vítima, Arielle Calaça, recebeu o diploma do filho. A cerimônia foi marcada por muita dor e emoção.

Médico morto a tiros durante festa no MA tinha se formado há poucos dias no TO: 'Estava tão feliz"
 

"A gente fica mais confiante na justiça e que vai haver justiça. Mas, mesmo tendo justiça, meu filho não vai estar de volta. Porque eles mataram meu filho por um motivo fútil, não tinha necessidade de matar meu filho, não tinha necessidade de nada daquilo. Um policial daquele não tinha condições de trabalhar na corporação da polícia", desabafou a mãe, na época.



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