Foi convertida em preventiva a prisão de Vitor Gomes Alves de Paula, de 21 anos, que atropelou e matou a motociclista Maria Alice Guimarães Silva, de 25 anos, na manhã de sábado (22), em Araguaína. O jovem, que não tinha carteira de habilitação, dirigia uma BMW a cerca de 200 km/h quando colidiu com a moto da vítima na BR-153, arrastando-a por vários metros.
O crime, ocorrido por volta das 7h no perímetro urbano da rodovia federal, escancarou uma realidade brutal: o cruzamento entre imprudência, privilégio e impunidade que tantas vezes ceifa vidas nas ruas e estradas do país. Vitor estava ao volante do carro da mãe de um amigo, retornando de uma festa com dois passageiros. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), ele se recusou a realizar o teste do bafômetro.
A Polícia Civil autuou o motorista por homicídio doloso, com dolo eventual — quando se assume o risco de matar. O Ministério Público do Tocantins pediu a conversão da prisão em flagrante para preventiva, e a Justiça acatou o pedido. Vitor permanece preso, sem direito a fiança.
Maria Alice era uma jovem trabalhadora, parte de uma multidão que encara o trânsito todos os dias com o único objetivo de viver. A morte dela, violenta e absurda, gerou revolta nas redes sociais e acendeu o debate sobre a banalização do crime de trânsito cometido por jovens de classe média e alta, frequentemente blindados por sobrenomes ou carros de luxo.
Até o momento, a defesa do acusado não se pronunciou.