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28/07/2025 às 21h45min - Atualizada em 28/07/2025 às 21h45min

Laurez aposta no interior como trincheira política para 2026

Iara M. Coelho de Castro

Iara M. Coelho de Castro

Colunista e editora do Jornal Correio do Tocantins

Por mais que ainda estejamos a um ano da largada oficial para a sucessão estadual, é no rastro de agendas como a que o vice-governador Laurez Moreira cumpriu no último fim de semana, em Xambioá, Araguanã e Tupiratins, que se costura a pré-campanha de 2026. Não se trata de turismo de verão, trata-se de política, leitura de território e ocupação simbólica.

A escolha do Bico do Papagaio não é casual. A região, frequentemente lembrada apenas em tempos de estiagem e de promessas, foi palco para Laurez testar discursos e reforçar sua presença num Tocantins real, que está distante do centro do poder na capital. Em vez de auditórios com ar-condicionado, areia quente e conversa com ribeirinhos. Ao fazer isso, sinaliza que quer ser candidato de um Tocantins inteiro, e não apenas das regiões já convencidas.

Laurez não entregou obras, não fez anúncios, tampouco prometeu grandes pacotes. Mas usou a paisagem para falar de temas que, sim, estarão na campanha: turismo como eixo econômico, habitação como política de base e interiorização do desenvolvimento. Em Xambioá, lembrou que já fez mais de duas mil casas populares quando era prefeito de Gurupi, recado claro de que pretende vender o currículo. Em Araguanã e Tupiratins, repetiu o tom: o Tocantins tem vocação turística, mas falta estrutura. Não está errado, mas ainda fala em tese.

O que se vê é um político experiente, que tenta marcar território sem fazer barulho excessivo. Laurez não afronta aliados nem adversários, não se impõe como salvador nem força polarizações. Sua estratégia, até aqui, tem sido ocupar espaços vazios: falar com regiões esquecidas, visitar lugares onde poucos do alto escalão aparecem, abraçar pautas com apelo social e baixo custo eleitoral.

A presença de nomes como César Halum, Valuar Barros e Paulo Sidnei em sua comitiva não passa despercebida. Mostra que Laurez circula bem entre lideranças do passado e do presente. Mas alianças também envelhecem, será preciso mais que ex-qualquer-coisa para sustentar um projeto majoritário. O eleitor de 2026 exigirá mais que boa vontade e currículo técnico: vai querer clareza de rumo, firmeza de proposta e disposição para confronto quando necessário.

A visita ao Bico do Papagaio cumpre seu papel como gesto político: mapeia terreno, mostra presença e começa a testar narrativas. Mas o tempo da escuta vai, em breve, exigir o tempo da decisão. E aí, não bastará pisar na areia, será preciso construir sobre ela.

Laurez deu um passo. Faltam muitos. Mas ele está no jogo. E sabe disso.

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