Uma jovem indígena foi encontrada morta neste domingo (7), na região da Ilha do Bananal, a cerca de 60 km de Formoso do Araguaia, no sudoeste do Tocantins. A vítima foi identificada como Harenaki Javaé, de 18 anos, segundo informações confirmadas pela Secretaria de Segurança Pública (SSP).
O corpo foi localizado em uma área afastada da Aldeia Canuanã, onde ocorria um festejo tradicional. A denúncia partiu de uma enfermeira, que acionou a Polícia Militar ao avistar o corpo parcialmente carbonizado. No local, as autoridades constataram que se tratava da jovem indígena, moradora da Aldeia São João, também situada na Ilha do Bananal.
A perícia foi acionada, e o corpo encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Gurupi, onde passará por exames de necropsia, necropapiloscópico e de arcada dentária, para determinar as causas da morte. Apesar do grande número de indígenas presentes no evento, a Polícia Militar relatou que ninguém apresentou informações sobre a possível autoria do crime.
A Polícia Civil informou que as investigações já foram iniciadas pela 84ª Delegacia de Formoso do Araguaia, com apoio da 7ª Delegacia Regional de Gurupi.
O Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) lamentou a morte e manifestou solidariedade à família e amigos de Harenaki. A Articulação dos Povos Indígenas do Tocantins (ARPIT) também divulgou nota de repúdio, cobrando esclarecimentos e punição aos responsáveis.
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) se posicionou oficialmente, classificando o caso como feminicídio e repudiando “veementemente o crime contra a vida” da jovem. A autarquia afirmou ter recebido a notícia com indignação e reforçou que nenhuma forma de violência, especialmente a de gênero, é aceitável.
Em nota, a Funai defendeu a investigação rigorosa e destacou seu compromisso com a proteção e valorização das mulheres indígenas:
“Toda e qualquer prática de violência deve ser prevenida e combatida. Manifestamos solidariedade aos familiares, amigos e aos povos indígenas do Tocantins pela perda de Harenaki Javaé.”